sábado, 18 de diciembre de 2010

A sustentabilidade pode limitar a produção arquitetônica?

            A revista Techné, na sua edição 162, de Setembro passado, fez uma matéria de capa a que deu o título Questões de Sustentabilidade” em que publica as respostas de especialistas para 40 questões que considerou fundamentais sobre sustentabilidade na construção, organizadas por áreas de interesse. Pela qualidade dos especialistas consultados e pelo extremo interesse das abordagens feitas aos temas escolhidos, fazemos nossas as palavras finais do editorial: “Uma edição para ler, guardar e consultar sempre”. Reproduzimos em seguida parte da resposta do Arquiteto e Urbanista Paulo Lisboa, membro do Conselho Deliberativo do CBCS, a uma pergunta feita sobre as limitações que a sustentabilidade poderia causar à Arquitetura:
          A sustentabilidade pode comprometer os anseios do arquiteto e limitar a produção intelectual e artística, empobrecendo os projetos? Como a sustentabilidade pode se casar com harmonia com a arquitetura?
Entendemos que não. A sustentabilidade não compromete o projeto nem limita a atuação do arquiteto. Há algum tempo estamos refletindo sobre o assunto no Comitê Temático de Projeto do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), com temas ainda emergentes do grupo de sustentabilidade da AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). Sempre afirmamos que a sustentabilidade não é um objetivo em si a ser alcançado. Não é uma situação estanque, mas sim um processo, um caminho a ser seguido. (…)
          Não existe a fase ou etapa “sustentabilidade” no processo projetual. Quando isso ocorre pouco se agrega ao resultado final. Existe, sim, a opção pelo sustentável que permeia todo o processo. Esse exercício permanente e constante de lidar com o desejo ao desenvolver seu trabalho pode trazer dúvidas e conflitos ao projetista. A natureza sempre foi e é minimalista. Usa com eficiência a economia de recursos. Isso quer dizer que seremos obrigados a fazer uma transição. Desenvolvemos o saber e o saber fazer com a sociedade de consumo. Vamos ter que fazer o mesmo com a sociedade da sustentabilidade.
       Assim, o desafio está em aprender a lidar com esses valores, com as novas possibilidades e conhecimentos tecnológicos que nos permitem criar modelos e soluções adequadas às demandas atuais. Aliás, se fala muito que a boa arquitetura foi, é e será sempre sustentável naturalmente. Não discordamos, apenas entendemos que é necessário aprofundar essa avaliação e desenvolver instrumentos que possibilitem a medição inequívoca de boa parte dessas qualidades.(…)
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